"Guarda bem a salvação de sua alma e não esquece as coisas que teus olhos viram..."
(Deuteronômio 4 :9)
Encontramos nas comunidades de Judeus Egípcios na disporá, jeitos bem diferentes de encarar nosso patromónio.Essas maneiras de encarar não são sempre conciliáveis.

O principal argumento das duas comunidades presentes no Egito, do Cairo e da Alexandria, era de que o inteiro patromónio cultural assim como a gestão sejam exlusivamente deles enquanto subsistirem. Do ponto de vista deles a diáspora deveria financiar a preservação ou aceitar que outros ao façam no seu lugar. Esta posição faria sentido se uma das duas comunidades comportasse um grande número de pessoas que assegurariam de um lado a continuidade e de outra lado uma gestão financeira transparente. Seria estranho aceitar que duas ou três pessoas que permaneceram ainda no Egito gerenciassem com exclusividade um património constituído por milhares de pessoas de variás origens e nacionalidades , assim como de variás gerações.
O património cultural e cultual dessas variás gerações é coletivo; sendo assim devem ser associados, não importa as razões do afastamento, os descendentes que o desejarem. Nos devemos respeito e gratidão aos dirigentes dessas comunidades egípcias que preservaram este património em circunstâncias dificílimas.
Alguns na diáspora, querem que todo o património seja restituído e exportado para fora do Egito e que a restauração e a manutenção do restante sob domínio das autoridades egípcias , ficam com a responsabilidade deles. Nos não devemos ser obrigados a pagar pela segunda vez algo que não possuímos e nem podemos aproveitar. Esta maneira de pensar seria sedutora se não se fizesse uma abstenção completa do passado histórico fecundo e rico dos Judeus do Egito, cuja preservação é de nosso máximo interesse e isso, apesar da ausência do reconhecimento dos prejuizos sofridos. Esta posição que ignore as realidades, agarra-se aos objetos e não responde ao objetivo : a preservação do patrimônio: A MEMÓRIA NO ESPAÇO E NO TEMPO.
O objetivo de nossa Associação esta centrado na preservação do Patrimônio de nossa Comunidade. Seu justo e vigilante tratamento é o reconhecimento, fazendo conta das realidades e das leis locais, assim como das aspirações de nossa comunidade do desenvolvimento de nosso raciocínio.
A posição das autoridades egípcias é argumentar que o problema não é deles. Todavia, as comunidades locais são de opinião oposta e não querem tomar iniciativa sem ter diretivas claras dessas autoridades. A mistura da religião e do problema geopolíticos, assim como uma legislação que oculta o passado e não faz nenhum esforço para melhorar o reencontro judeo-egipcio deixa o entendimento muito difícil.
Mesmo se esta legislação, mesmo que se a discussão sobre os justos depositários de um patrimônio ou se os contornos de sua definição forem apresentados, é difícil entender o perigo que essas autoridades acham em recusar um estado civil, religioso ou sua simples cópia, ou o interesse que essas mesmas possam ter em nos privar deles.Sendo filho do Nilo, é difícil entender também como e porque essas mesmas autoridades aceitariam ou pensariam em aceitar que o direito de propriedade exclusiva, do estado civil e religioso individual das 200.000 pessoas inscritas seja conferido ao último que apagaria a luz.
E a respeito disso que vamos começar os registros de comunidade.